quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010




"Lembre-se de 5 de novembro. A traição e a conspiração da pólvora. Não vejo nenhum motivo para a traição da pólvora ser esquecida.



Mas quanto ao homem?



Sei que o nome dele era Guy Fawkes.



Sei que, em 1605, ele tentou explodir o Parlamento.



Mas quem era ele, realmente?



Como ele era?



Falam para nos lembrarmos da ideia, não do homem, pois um homem pode fracassar.



Ele pode ser preso, morto e esquecido, mas, 400 anos depois uma ideia ainda pode mudar o mundo.



Testemunhei em primeira mão a força das ideias. Vi gente matar em nome delas e morrer defendendo-as.



Mas você não pode beijar uma ideia.



Não pode tocá-la ou abraçá-la.



Ideias não sangram.



Ideias não sentem dor.



Elas não amam.



E não é de uma ideia que eu sinto falta.



É de um homem."







(V for Vendetta)


"Atrás dessa máscara há mais do que carne e sangue: Senhor Creedy, atrás dessa máscara há uma ideia, e as ideias são à prova de balas."

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Este foi o resultado:

Josef e o analista. (por Maiky)

-Não quero viver nesse mund0 caótico; o caótico dos carros, o caótico dos prédios, o caótico dos seres. Prefiro a bolha, sim a bolha, a bolha fiel das utopias, a bolha confortável da desilusão, do desapego. A bolha desprovida de esperança e gabolices desse "admirável mundo novo". A bolha ébria de passado.
-Mas se é feliz em uma bolha Josef?
- Antes verdadeiramente melancólico e inquieto numa bolha, do que meramente alegre e acomodado no caos.
- Mas cabe apenas uma pessoa na bolha, Josef, não te sentes só?
-Nunca. Estamos todos muito próximos aqui: eu e os monstros criados dentro de mim, mas há fadas também, e eu preciso entender o que dizem.
-Mas deixarás de conhecer as milhares de pessoas que te cercam!
-Em breve morrerei, e seria terrível se eu tivesse em meu velório milhares de pessoas e um defunto que não conheçe a si próprio. Prefiro apenas conviver com pessoas que compreendem que uma bolha é minha morada, ou que não questionam o porquê de eu não fazer parte do apressado mundo caótico; o caótico dos carros, o caótico dos prédios, o caótico dos seres.

Esta foi a inspiração:

A flor e a Náusea -fragmento- (por Drummond)

(...)
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rios de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

(...)
Sento-me no chão da capital do país as cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no ar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfálto, o tédio, o nojo e o ódio.