sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O que eu quero ainda não tem nome.

A Juli, me mandou um poema uns tempos atrás, que eu não lembro de onde ela tirou. Mas aí está:

Perigosa é a Liberdade- assim, tão desejada.
Perigosa é a Liberdade de verdade. Ansiada sem ser compreendida.
A única Liberdade verdadeira é a ausência total de vínculos;
Liberdade de verdade é o não-vínculo.
Só está livre quem não possui vínculos-com nada, com ninguém.
Trabalho, família, amor. Nada.

Nem consigo mesmo, nem com a vida.
Assim, o não vínculo é o não viver.
Liberdade de verdade é não viver.
É deixar de ser; é não ser.
Quem é livre, portanto, nada é. Nada pode ser.
Ser verdadeiramente livre é, simplesmente, não ser.
Perigosa é a Liberdade.
Não quero a Liberdade de verdade.
Tudo o que eu mais quero são vínculos:
De amor, de ódio, de prazer, de dor.
De viver. De morrer.
Perigosa é a Liberdade.
Cuidado com o que pedes:
Corres o sério risco de ser atendido.
Não, não quero a Liberdade de verdade.
Quero vínculos que me liguem a tudo.
Quero amar e viver e sofrer e morrer.
Quero não ter a liberdade para por ela poder ansiar-
e, assim apreciar a jornada.
Até terminar.
Livre.

"Liberdade é pouco. O que eu quero ainda não tem nome."

Um comentário:

  1. Nem mesmo o vento é livre, que se desloca com a pressão atmosférica, nem a terra, que está presa e vinculada a gravidade... a liberdade é uma forma de existência que (ainda) não existe...

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